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"O Agro brasileiro tem muito de bom a mostrar para o mundo", pontua Carlo Pereira, CEO no Brasil do Pacto Global da ONU, no ABMRA Ideia Café

 

"O Pacto Global, 'braço' da Organização das Nações Unidas (ONU) para o setor privado, integra os dez princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. E surgiu da necessidade de as empresas alinharem seus compromissos, estratégias e operações nesses campos. Trata-se da mais importante iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo. A produção em países em desenvolvimento é sua mais importante área de atuação e, nesse sentido, o Agro brasileiro é aquele que mais tem o que mostrar para o mundo em termos de práticas sustentáveis".

A afirmação é de Carlo Pereira, CEO no Brasil do Pacto Global da ONU, convidado do ABMRA Ideia Café, evento on-line da ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro), que teve como tema "A Reputação do Agro Brasileiro no Exterior".

"Hoje o Brasil tem a segunda maior representação no Pacto Global em número de empresas. Somente esse ano incluímos mais que o dobro de instituições que o segundo colocado, a França. Isso mostra como o mercado brasileiro está aquecido nesse sentido e a sustentabilidade faz muito sentido para as empresas ", destaca Carlo Pereira.

Segundo Pereira, o Pacto Global da ONU, discute deste 2004 as práticas ESG (Ambiental, Social e Governança), que se tornaram de grande impacto mais recentemente. "Há mais de 17 anos, trabalhamos para medir o impacto das ações de sustentabilidade nos resultados das empresas".

Outras iniciativas do Pacto Global são a plataforma "Ação de Agro Sustentável" e o movimento "Entre Solos", que congrega discussões técnicas sobre a aproximação da cidade com o campo, objetivando mostrar que todos os elos fazem parte do mesmo planeta e, portanto, têm de dialogar.

Durante o bate-papo, Júlio Cargnino, vice-presidente da ABMRA, questionou sobre a imagem do Agro do Brasil no exterior. "O Brasil possui alta tecnologia em baixo carbono, mas muitas vezes não somos reconhecidos lá fora nem aqui no próprio país. Como podemos contar melhor para o mundo todo sobre isso?"

Carlo Pereira pontuou que é necessário que o Brasil ocupe cada vez mais os espaços de debates técnicos e mostre o que tem feito. "Nós ainda 'apanhamos' muito no exterior. Por isso, além de estabelecermos metas, precisamos reforçar o que o Agro brasileiro tem de positivo. Isso significa saber quais espaços ocupar e mostrar o que está sendo desenvolvido e avançado, principalmente em tópicos de grande notoriedade, como as Conferência das Partes (COP)", afirmou.

O presidente da ABMRA, Ricardo Nicodemos, destacou a percepção dos conceitos de ESG no Agro. "Quando falamos de toda a cadeia produtiva, estamos falando também dos pequenos produtores. Ele questionou como ampliar o entendimento de ESG para todos os perfis de agricultores e criadores de animais. "Claro que esse é um trabalho a longo prazo e não do dia para a noite. Há muitos pequenos produtores que precisam vender o almoço para comprar o jantar. Como vou falar de ESG para ele? Como treinar as empresas e suas equipes para isso?", perguntou o presidente da ABMRA.

Carlo Pereira destacou que as maiores organizações têm condições técnicas de ajudar mais os pequenos produtores. "Estamos falando de trabalho conjunto. As práticas sustentáveis não são positivas somente para determinados setores, mas para todos nós. Dessa forma, os grandes players precisam assumir uma função multiplicadora das ferramentas necessárias para o entendimento desses pontos".


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