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Sergio com camiseta preta e foto do filho Mario 3.199 DIAS: RUA TOMÉ DE SOUZA NA CIDADE GAÚCHA DE CANOAS FOI PALCO DO ASSASSINATO DO JOVEM EMPRESÁRIO MÁRIO SÉRGIO GABARDOMensalmente, há quase 9 anos, recebo email do meu amigo Sérgio Mário Gabardo.
Essas correspondências eletrônicas tratam sempre do assassinato de seu único filho, o jovem empresário Mário Sérgio Gabardo.
O amigo Sergio Gabardo me lembra mensalmente, que no dia 29 de setembro de 2005 mataram o seu único filho, à época. E hoje é dia 29. Então vamos lembrar as autoridades de Segurança Pública do Rio Grande do Sul que hoje é mais um dia 29. E que os assassinos de Mário Sérgio Gabardo continuam impunes, livres, certamente cometendo outros crimes.
O jovem empresário Mário Sérgio Gabardo, aos 20 anos, não tinha motivo para desconfiar que vivia suas últimas horas, ao entardecer do dia 29 de setembro de 2005, quando saiu da empresa em que era sócio com seu pai, a Transportadora Gabardo Ltda, por volta das 18h30.
Mário Sérgio saiu da sua empresa e se dirigiu para a Universidade PUC, localizada na Avenida Ipiranga em Porto Alegre, onde deveria prestar prova no curso de Direito. Ele estava cursando o 8º. Semestre.
Concluída a prova, o jovem diretor de frota de caminhões cegonheiros da TransGabardo dirigiu-se para a cidade de Canoas, situada na região metropolitana de Porto Alegre, colada a capital gaúcha, onde morava.
O jovem empresário a quem eu tive o prazer de conhecer, tinha por hábito, nas noites de quintas-feiras, realizar um churrasco com amigos em uma casa particular na rua Tomé de Souza no.258, em Canoas, sempre que sua agenda lhe permitia.
Na noite de 29 de setembro de 2005, por volta das 20h50m, o jovem empresário Mário Sérgio, já havia deixado o seu automóvel Peugeot 307, cor cinza, automático, ano 2005, placas IXX 0307, no estacionamento do Shopping Bourbon Zaffari Canoas.
Nesse momento Mário falava ao telefone celular com o Anderson, um amigo. Mário disse a Anderson que estava no supermercado Zaffari Canoas e que fazia as compras para o churrasco daquela quinta-feira.
Conforme a nota fiscal da Companhia Zaffari Comércio e Indústria, encontrada posteriormente entre seus pertences no carro Peugeot 307, Mário Sérgio passou pelo caixa do supermercado às 21h18m. A nota fiscal discrimina as suas compras: coxa de frango, costela bovina, costela de ovino, lingüiça toscana, pão, alho, carvão, cerveja e refrigerantes. A atendente de nome Tatiane realizou a operação de registro dessas compras, encerrando exatamente às 21h20m. Mário Sérgio gastou apenas dois minutos para passar as suas compras no caixa do supermercado e realizar o pagamento no valor de R$ 66,77. Hoje corrigido o valor correspondente a R$ 111,28.
Certamente com o valor de R$ 112,28 não se consegue fazer as mesmas compras realizadas pelo Mário em setembro de 2005.
Logo após as compras, Mário se desloca para o estacionamento do shopping. Descarrega do carrinho do supermercado e as coloca no porta-malas de seu automóvel Peugeot 307.
Mário Sérgio ficou entre 20h50 e 21h30 na área do Shopping Bourbon Zaffari Canoas. Ele estava a poucos minutos de sua morte.
A seguir, o jovem empresário Mário Sérgio tomou o rumo da casa do amigo, que morava na rua Tomé de Souza, no bairro Niterói, em Canoas, onde seria realizado o churrasco.
A distância percorrida entre o Shopping Bourbon Zaffari Canoas e a casa de número 258 da rua Tomé de Souza, possui em linha reta, não mais do que dois quilômetros. Mário Sérgio, como morador de Canoas sabia que a cidade era dividida pela estrada BR 116.
Com toda a certeza ele escolheu um caminho seguro entre os dois pontos (shopping e o local do churrasco) para trafegar com seu automóvel Peugeot 307 naquele horário da noite. Eram mais de 21h30. Do shopping chegou à rua Humaitá e a seguir ingressou na rua Venâncio Aires, percorrendo-a no sentido centro-bairro. Pela rua Venâncio Aires, o empresário Mário Sérgio, em seu automóvel Peugeot 307, passou por cinco quadras até alcançar a esquina da rua Tomé de Souza.
Mário quase na esquina da rua Venâncio Aires com a rua Tomé de Souza, exatamente às 21h37m38, faz uma ligação de seu telefone celular para o aparelho celular de seu amigo Anderson que estava no local da confraternização. A ligação durou 30 segundos, tempo suficiente para que o amigo Anderson soubesse de que ele estava nas imediações da casa de número 258 da rua Tomé de Souza ,e que fosse aberto o portão da garagem de acesso ao interior do imóvel, onde ingressaria com seu carro (como sempre fazia rotineiramente nas quintas-feiras a noite).
O Peugeot 307 parou na esquina da rua Venâncio Aires com a rua Tomé de Souza.
O empresário Mário Sérgio deu o sinal de que ingressaria com seu carro a sua esquerda, na rua Tomé de Souza. Ao realizar a manobra com o Peugeot 307, dobrando a esquerda na Tomé de Souza, Mário Sérgio cumprimentou o manobrista da Galeteria Piatto Bello, que estava postado a frente dos veículos estacionados na área do restaurante. Esse lhe retribuiu com um aceno de mão. O funcionário da Piatto Bello viu o Peugeot 307 de Mário dobrar na rua Tomé de Souza. Também viu que atrás do Peugeot 307 vinha um automóvel Ford KA, cor prata, o qual realizou a mesma manobra.
Até essa altura, Mário Sérgio não dava indicativo de se sentir ameaçado ou perseguido, tanto que acenou para o manobrista do restaurante Piatto Bello.
Mário estava a poucos metros da casa particular onde se realizaria a confraternização habitual com seu grupo de amigos. Dirigindo o seu Peugeot 307 trafega mais alguns metros na rua Tomé de Souza, não mais de 30 metros, e vira o carro para a esquerda, após uma árvore, embicando-o em direção ao portão da casa de número 258, para ingressar na área interna do imóvel, onde se encontraria com os amigos para o churrasco semanal habitual.
Dentro de seu carro, Mário aguardou por algumas frações de segundos para que fosse aberto o portão da casa de no.258.
Nesse momento, encosta em perpendicular ao carro de Mário e paralelo a rua, de forma repentina, com luzes apagadas, por meio de uma manobra brusca, o automóvel Ford KA prata, que o estava perseguindo, sem que tivesse desconfiado do que estava prestes a acontecer.
O veículo Ford KA prata parou na contra mão da rua Tomé de Souza, junto à calçada do lado esquerdo, muito próximo do Peugeot 307 de Mário Sérgio.
Do automóvel Ford Ka prata, saltou pela porta dianteira do lado direito (a do carona), um homem de 1m80 de altura, com uma arma na mão direita, gritando para que Mário Sérgio saísse do carro. “Desce do carro, desce do carro”, gritava o desconhecido.
Ato imediato, segurando a arma do crime, agora com as duas mãos, como se fosse um experiente atirador e executor, o assassino dispara dois tiros.
Um desses tiros disparados realiza a trajetória de “fora para dentro do Peugeot 307, da esquerda para a direita, de trás para a frente”, vindo a destroçar o vidro da porta lateral esquerda traseira. Esse projétil penetra no corpo de Mário Sérgio, na “região escapular esquerda, acaba lacerando o lobo superior do pulmão esquerdo, ventrículo esquerdo, e se aloja no interior do saco pericárdico” (tecido fibroso que envolve o coração) do jovem empresário.
Gravemente ferido, o empresário Mário Sérgio consegue, inacreditavelmente, engatar uma marcha a ré no seu Peugeot 307 (automático), e a seguir acelera o veículo para a frente, percorrendo alguns metros pela rua Tomé de Souza e entrando à esquerda na rua Conde de Porto Alegre, no sentido do centro da cidade de Canoas.
O automóvel Ford KA prata, de luzes apagadas, já com o bandido dentro do veículo, sai correndo atrás do Peugeot 307 de Mário Sérgio, fazendo o mesmo percurso, perseguindo-o a uma pequena distância.
Os dois carros percorrem duas quadras da rua Conde de Porto Alegre, sentido bairro-centro. Ainda na rua Conde de Porto Alegre, esquina com a rua da Figueira (segunda rua paralela com a rua Tomé de Souza), uma testemunha declarou ter ouvido três disparos de arma de fogo e a seguir novamente mais tiros. Essa mesma testemunha recorda de um barulho de uma colisão de carro.
O Peugeot 307 acabou subindo a calçada e colidindo com uma árvore na rua Conde de Porto Alegre, quase esquina com a rua da Figueira. Mário Sérgio dentro do Peugeot 307 estava afivelado ao seu cinto de segurança, agora desmaiado, sem qualquer reação.
Consta que o veículo Ford KA prata, parou junto ao Peugeot 307, e dele desceu o assassino, o qual se aproximou de Mário Sérgio, observou sua vítima por alguns instantes, e então voltou para o carro. A seguir se colocaram em fuga.
O veículo Ford KA prata, onde estava o assassino e seu comparsa motorista, desceu a rua Conde de Porto Alegre de ré, com as luzes apagadas, tendo entrado também de ré na rua FAB (Força Aérea Brasileira), uma abaixo da rua da Figueira em Canoas.
Em seguida, engataram marcha a frente pela mesma rua FAB e saíram, duas quadras depois, na avenida Getúlio Vargas que margeia a BR 116 (estrada federal que atravessa a cidade e a corta em duas), sentido para o centro de Canoas.
Imediatamente juntaram-se vários moradores em volta do Peugeot 307, cuja atenção foi despertada pelos tiros, pela freada de pneus e pelo barulho da colisão com a árvore. Passaram essas pessoas a serem testemunhas dos fatos ali ocorridos.
Mário Gabardo 3.199 DIAS: RUA TOMÉ DE SOUZA NA CIDADE GAÚCHA DE CANOAS FOI PALCO DO ASSASSINATO DO JOVEM EMPRESÁRIO MÁRIO SÉRGIO GABARDOUma delas pediu socorro por telefone, chegaram a polícia militar, uma ambulância e policiais civis. O jovem empresário Mário Sérgio Gabardo foi transferido nessa ambulância para o Hospital Nossa Senhora das Graças, em Canoas, e lá declarado morto.
Hoje completam 3.199 dias da morte de Mário. Crime que continua ainda insolúvel.
O pai de Mário Sérgio Gabardo envia hoje um email que aqui transcrevo na sua íntegra.
O DESCASO CONTINUA
Recebi a promessa das maiores autoridades da área da segurança pública, de que a investigação a respeito do cruel assassinato do meu amado filho Mário seria reaberta e todos os pontos considerados “nebulosos” seriam revistos. A finalidade é uma só: identificar os verdadeiros assassinos do meu amado filho Mário no episódio lamentável que ocorreu na noite de 29 de setembro de 2005. (em Setembro completa nove anos)
Dei crédito às autoridades que se encontraram comigo e que fizeram a promessa, inclusive divulgada pela imprensa gaúcha. Mas até agora, nada. Simplesmente nada. Estive reunido com o secretário de Estado da Segurança Pública e com o Chefe de Polícia do Rio Grande do Sul. Mostraram sensibilidade, mas pelo que sei até agora, ou pelo nada que sei, tudo continua com o mesmo descaso.
Naquele dia também alertei que recebia a notícia da reabertura das investigações, com “a devida cautela”. E eu, como Pai de um jovem assassinado de apenas 20 anos de idade, estava certo. Absolutamente certo quanto à cautela. Nenhum contato mais recebi até hoje. De ninguém. De nenhuma das autoridades. E disse mais: “aguardarei ansiosamente pelo prazo que as autoridades desejam para elucidar o bárbaro crime e chegar à autoria. Até lá estarei torcendo, rezando e me auto-patrulhando para que todos os trabalhos realizados finalmente possam surtir o efeito de Justiça e os verdadeiros culpados, identificados e submetidos a julgamento”.
Passaram-se mais outros infindáveis meses , repletos de lembranças de meu querido filho, e continuo à espera de que algo aconteça.
Não recebo notícias, não recebo informações, não obtenho respostas, enfim, estou como estava no dia posterior ao brutal assassinato do meu amado filho Mário. Será mesmo que nada foi feito? Estariam essas autoridades apenas me confortando? Inacreditável, se isso for verdade.
Tenho o direito, como Pai e cidadão brasileiro, de saber quem foram os assassinos. Quem foram os responsáveis por ceifar a vida do meu amado filho Mário. Naturalmente que isso não irá reduzir a dor intensa que eu sinto, que enche meus olhos de lágrimas diariamente e aperta meu peito.
Luto sim, para que a Justiça seja feita, com a promessa das autoridades da área da segurança pública cumprida ou não. Longe do sentimento de vingança, desejo, como cidadão brasileiro, ver o bem vencer o mal. Nesse tempo, sabe-se lá quantas outras famílias esses mesmos assassinos desalmados enlutaram. Até agora, tenho apenas uma certeza: estão cobertos pelo manto da impunidade, fruto do descaso dos agentes públicos do nosso Estado, infelizmente.
SERÁ QUE ESTE ANO TEREMOS ELEIÇÕES?????VOCÊ QUER VOTAR NESTE GOVERNO QUE TRATA ESTES CASOS ASSIM????
Sérgio, Pai do Mário
 
CartelBrasileiro.com

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