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Frente ao debate referente ao INSS e as perdas que ocorrem para os trabalhadores em função do Fator Previdenciário e outros redutores criados pelo Governo para equilibrar as contas públicas, um questionamento que sempre me fazem é se não vale a pena parar de pagar o INSS e aplicar esses valores.
 
Bom, para esclarecer essa questão é interessante avaliarmos um exemplo que fiz de um jovem com 18 anos, que quer se aposentar pelo modelo atual do INSS com 53 anos. Caso esse jovem tenha a remuneração mensal R$ 2.000,00 e contribua durante o período de 35 anos ao fim desse período terá contribuído um total, sem atualização de R$ 1.336,60.
 
Contudo, se esse mesmo jovem utilizar o que proponho na Metodologia DSOP, que desenvolvi, com a mesma contribuição mensal de R$ 400,00 durante o período, em um investimento com juros de 0,6% ao mês terá poupado R$ 755.690,81 tendo um rendimento mensal, só de juros de R$ 4.534,14, como proponho que para que se tenha sustentabilidade para o resto da vida que se utilize apenas a metade desse valor ele poderá efetivar uma retirada mensal de R$ 2.267,07.
 
Isto é, no modelo que proponho, com sustentabilidade pelo resto da vida, a mesma pessoa terá um aumento em seus ganhos de 70%. Bastante considerável, mas, mesmo assim é importante que se tenha o INSS, que mesmo com todos os seus problemas é uma garantia para as pessoas frente a qualquer imprevisto. Lembrando que, essa é uma obrigação de todo empregador.
 
Assim, como resposta final ao questionamento feito no início do texto, afirmo que mesmo que o INSS tenha uma remuneração inferior, se comparada à particular e autônoma, aconselho contribuir sempre para ambas. Lembrando que o INSS já é retirado do seu salário mensalmente.
 
Por isso, a preocupação deverá ser com a outra aposentadoria, que deverá ser priorizada como um sonho de longo prazo, retirando assim todo mês uma quantia para esse objetivo logo quando receba seus rendimentos. Alerto, nunca deixe para poupar o que sobro, pois, na maioria dos meses não conseguirá obter o valor desejado.
 
Sobre onde poupar esse dinheiro, são muitas as aplicações de longo prazo que possibilitam rendimentos até mesmo maiores de 0,6% ao mês de juros, eu sempre recomendo a elaboração de uma cesta de aplicações, onde devem ser consideradas aplicações como títulos públicos e previdência privada. Contudo, é interessante o acompanhamento de um especialista.
 
Seguindo essas recomendações, no futuro terá como resultado, garantias de aposentadoria, tanto pelo INSS quanto por aplicações que realizou, possibilitando que não faça parte da estatística de milhões de brasileiros que ao se aposentaram tem que continuar a trabalhar, dependem de parentes ou vivem na miséria.
 
 
Assim, veja alguns passos para realizar um bom plano de aposentadoria.
 
  • ·  Descubra com qual padrão de vida você quer se aposentar. Aposentadoria segura não significa ser milionário, é preciso encontrar um porcentual da renda que possa poupar. Se você deixar para poupar apenas a sobra, não vai conseguir;
  • ·  Quanto mais cedo começar a poupar, mais agressiva pode ser a estratégia. Quem está na casa dos 20 anos pode formar uma reserva de emergência entre 6 e 12 meses de salário e, a partir daí, investir todo o resto do dinheiro nesse sonho. Sempre lembro que, guardando R$300,00 por mês, em 30 anos, pode se ter cerca de R$ 1 milhão;
  • ·  Divida os objetivos e sonhos em três grupos de acordo com os prazos que pretende realizá-los, que são de curto, médio e longo prazo, e invista o dinheiro de acordo com esses objetivos;
  • ·  Como a atratividade de cada tipo de investimento varia com o tempo, aconselho o poupador a rever a estratégia adotada a cada quatro ou seis meses. Além de eventuais mudanças na conjuntura econômica, também podem surgir boas oportunidades;
  • ·  Para não ter sustos, o poupador deve acumular um capital que renda o dobro do que ele precisa. Vamos supor que você ganha um salário de R$ 4 mil e terá uma aposentadoria pública de R$ 2 mil. Se sua aposentadoria complementar lhe pagar apenas R$ 2 mil por mês, um dia o dinheiro vai acabar. Mas, se os investimentos renderem R$ 4 mil, você saca metade e deixa a outra metade rendendo. Assim, o dinheiro se recapitaliza e se preserva.

Enfim, o futuro do nosso sistema previdenciário não dá para saber, o certo é que ele terá que ser repensado, pois o modelo vigente se mostra insustentável para o futuro. O que temos claro é que o grande prejudicado com mudanças que ocorrerão serão os trabalhadores, que poderão ter que trabalhar mais, fazer redução dos ganhos ou mesmo ambos.

Assim, a alternativa nesse momento é já se precaver, buscando inserir a educação financeira no cotidiano, na busca de um planejamento que proporcione uma aposentadoria sustentável sem depender do governo.
 

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abefin), autor do best-seller Terapia Financeira e da primeira coleção completa de educação financeira para escolas, que já é adotada em mais de 1500 escolas em todo o Brasil.

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