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Parte de projeto patrocinado pela Petrobras, curso ensina a montar computadores que podem ser vendidos por valor 25 vezes maior do que a sucata comum

Nas últimas semanas de agosto, o Instituto GEA e o LASSU - Laboratório de Sustentabilidade da USP realizaram um curso de remontagem de computadores direcionado a catadores de material reciclável.

O curso abrange todas as informações necessárias para que os catadores possam montar computadores funcionando, a partir de máquinas descartadas. O primeiro passo é avaliar todas as peças e concluir quais delas estão em perfeito estado de funcionamento para ser reutilizadas. Depois disso, os alunos aprendem a instalar os programas necessários para que o computador possa operar. Com a máquina pronta, essas cooperativas conseguem obter uma renda estimada mais de 25 vezes maior, já que a sucata eletrônica sem ser tratada custa R$ 0,30/kg; ao ser separado adequadamente, o valor desse material já sobe para R$ 3,00/kg – valor conseguido com os catadores capacitados pela primeira parte do curso do Eco-Eletro; e R$ 8,00 é o custo do kg desses equipamentos remanufaturados.

Além de poder se beneficiar com o valor de venda deste material, os computadores podem também ser utilizados pelos próprios catadores e suas famílias, ou vendidos para a população de baixa renda, promovendo assim a inclusão digital.  “Enquanto o valor de venda das peças de um computador, desmontado e separado, é por volta de R$ 15, um computador remontado pode ser vendido por R$ 200 ou até R$ 300, o que significa um grande aumento na renda da cooperativa”, explica Ana Maria Domingues Luz, presidente do Instituto GEA.

O curso faz parte da segunda fase do Projeto EcoEletro, patrocinado pela Petrobras, que tem como objetivo criar núcleos-modelo de reciclagem de eletrônicos em São Paulo, exemplificando para cooperativas de todo o Brasil a viabilidade deste modelo de trabalho com a reciclagem de eletrônicos e aumentando a renda dos catadores de materiais recicláveis.

Deste módulo do curso, participaram 11 catadores das cooperativas selecionadas de São Paulo e São José do Rio Preto, além de um representante de uma entidade social da Zona Leste paulistana. Agora, esses cooperados poderão replicar seus conhecimentos para as cooperativas e suas comunidades. “Eu entrei aqui como catador, mas agora eu sou um técnico de informática”, comentou Evailton dos Santos Silva, um dos catadores participantes do curso.

Estão previstos ainda pelo projeto dois cursos de remontagem de computadores, agendados para outubro de 2014 e fevereiro de 2015. Até o fim do curso, o objetivo é capacitar mais de 30 catadores.


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