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São Paulo, 26 de abril de 2018 – Essa afirmação pode parecer estranha, mas segundo Marina Simas de Lima e Denise Miranda de Figueiredo, ambas psicólogas, terapeutas de casal e família e fundadoras do Instituto do Casal, quando se trata de amor, ceder em favor do outro, tolerar ou ainda superar as diferenças são ingredientes fundamentais para construir relações mais duradouras e com qualidade.

“O sucesso de um relacionamento amoroso está ligado à disposição que cada parceiro tem em perder alguma coisa para ganhar outra. No momento em que você vai morar junto com alguém, abrir mão de certos valores da família de origem para construir novos, dentro da nova família que será constituída, será essencial para experimentar a nova fase e viver essa relação integralmente. Podemos dizer que essa é a ideia inicial de uma grande “perda”, mas que significa um possível ganho futuro importante”, comenta Denise.

“Em um casamento, você precisa abrir mão de muitas coisas, você precisa praticar constantemente o altruísmo e a generosidade. Mas, isso pode ser particularmente mais difícil para quem viveu uma vida de solteiro por muitos anos, com muita liberdade, mais voltada para o individualismo”, diz Marina.

“Na vida a dois, o trabalho a ser feito é para construir uma unidade, mas levando em consideração que são duas pessoas com diferentes valores, crenças e educação. Daí o exercício diário será “perder” essas diferenças para construir uma nova identidade que corresponda a essa relação. Portanto, aqui se aplica o conceito de perder para ganhar também”, explica Denise.

Cada escolha é uma renúncia
Muitas vezes não paramos para pensar que a vida é um eterno jogo de perde-ganha ou vice-versa. “Mesmo sem perceber, estamos o tempo todo fazendo escolhas e, automaticamente, quando escolhemos algo abrimos mão de outra coisa, reflete Marina.

“No casamento você pode escolher trair ou ser fiel, pedir desculpas ou manter seu orgulho, fazer programas que você não gosta para agradar o (a) parceiro (a) ou se recusar a fazê-los. São renúncias e escolhas que fazem parte da rotina da vida. Os casais que conseguem compreender que a perda de hoje pode ser o prêmio de amanhã, acabam sendo mais felizes e satisfeitos com a vida conjugal do que aqueles que são menos flexíveis nas negociações”, afirmam as terapeutas.

Treine
Marina e Denise comentam que esses comportamentos podem ser treinados e há pontos específicos que podem ser trabalhados. “Um dos pontos que o casal pode trabalhar é a comunicação, assim como a negociação de conflitos ou até mesmo a negociação dos combinados, estabelecendo um equilíbrio na relação. Ou seja, alternando as renúncias para que um não sinta que está renunciando mais que o outro”.

“Quando falamos em comunicação parece fácil. No entanto, se comunicar não é somente falar, na verdade requer escutar, acolher e compreender, estando aberto às novas possibilidades. Maturidade e flexibilidade são elementos essenciais para estabelecer um bom diálogo. Sendo estes instrumentos poderosos para o alcance de relações mais equilibradas e duradouras”, finalizam Marina e Denise.


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